14 janeiro 2015

Capitulo 1

 Estava tudo fora do lugar, eu estava totalmente sem rumo, meus pais estavam mortos, o palácio estava destruído, e eu não conseguia parar de pensar em América, minha querida, como eu pude agir daquela maneira tão fria com ela, como eu quase cometi o erro de troca-la por Kriss. Agora eu estou aqui sem saber se ainda está viva, não consigo pensar em como minha vida seria sem América.
   Nosso ultimo beijo, um beijo com tanta incerteza e esperança, “Onde quer que você esteja Minha América, saiba que sempre te amarei”, ouço duas pequenas batidas na porta.
-- Entre.
   Era um guarda o qual não sabia o nome, ele se aproximou aos poucos e fez uma pequena reverencia.
-- Majestade, a senhorita América Singer foi encontrada.
-- ela está bem, onde ela esta?- América estava bem, estava viva.
-- Sim Majestade, ela esta bem, foi encontrada em um dos abrigos só estava um pouco machucada nas pernas e braços, e quando saiu do abrigo ela estava em choque e desmaiou agora ela esta na Ala Hospitalar descansando um pouco.
-- Quero vê-la.
    Tento me levantar, mas ainda não estava com forças o bastante para me levantar “inútil”.
-- Majestade, assim que a Senhorita América acordar peço para as enfermeiras a trazerem até aqui.
-- Pode ir.
   O Guarda faz uma reverencia e sai do quarto, a enfermeira continua a fazer os curativos, “América esta viva, América esta viva...” não conseguia parar de pensar, pedi para que chamassem Stavros, agora sou Rei e preciso começar meus projetos.
          

     Passam-se algumas horas, até que vejo entrando em meu quarto Minha América, estava um pouco arranhada e com alguns curativos, seu vestido rasgado e seu cabelo bagunçado, mas mesmo assim ela ainda era a Minha América. Ela se aproxima e faz uma pequena reverencia.
--Majestade – Ao ver ela em minha frente me senti melhor, feliz muito feliz.
--Deixe o papel aqui, Stavros. Por favor, gostaria que todos se retirassem. Preciso falar com a senhorita. - Falei para todos que estavam ali, este momento precisava de privacidade.
    Todos se despediram com uma reverencia e se retiraram Stavros deixou os papeis sobre minha mesa e ao passar por América deu uma piscadinha, “Que indiscreto, não entrega o jogo Stavros!” ele fez uma reverencia e logo se retirou fechando a porta, assim que a porta se fechou América foi se aproximando devagar.
--Sinto muito por seus pais.
--Ainda não parece verdade – falei indicando um lugar em minha cama para ela se sentar, como eu queria abraça-la- Ainda acho que meu pai está no escritório e minha mãe, no salão das mulheres, e que, a qualquer momento, entrarão por aquela porta com alguma tarefa para mim. - Calma Maxon.
-- Sei exatamente o que você quer dizer.
   Ao ouvir estas palavras abri um sorriso simples, ela me entende.
-- Sei que sabe. – coloquei minha mão sobre a dela, mesmo com medo que ela a rejeitasse, mas pelo contrario ela a apertou- Ela tentou salvá-lo, um soldado disse que um rebelde tinha meu pai na mira, mas ela se jogou na frente. Acertaram meu pai logo em seguida, porém. – balanço um pouco minha cabeça e continuo - Sempre pensando nos outros. Até o último momento.
-- Não devia estar surpreso. Você é muito parecido com ela – mudo de expressão.
--Nunca serei tão bom quanto ela. Vou sentir muito a falta dela. – América começa a acariciar minha mão, me fazendo me sentir melhor “Vai lá Maxon”.
-- Pelo menos você está salva – não consigo olhar para ela- Pelo menos isso.
    Houve um longuíssimo silêncio. Eu não sabia o que dizer, até me lembrar.
--Há algo que quero te mostrar – quebrei o silencio, já estava ficando perturbador – Ainda é rudimentar, mas acho que vai agradá-la mesmo assim. Abra esta gaveta -        pedi- Deve estar logo em cima.
    Ela abriu a gaveta e pegou a papelada. Ela olhou para mim confusa, eu apenas apontei para os documentos com o queixo.
   América começou a ler, sua expressão era de surpresa, mas das boas.
-- Você... você vai dissolver as castas?- Ela perguntou olhando para mim.
-- É o plano – respondi sorrindo, que bom que ela compreendeu- Não quero que você fique animada demais. Vai levar muito tempo, mas acho que vai dar certo. Veja – Falei folheando algumas paginas até achar um paragrafo em especial-, quero começar por baixo. Meu plano é eliminar primeiro o rótulo dos Oito. Há muitas construções a fazer, e penso que, com um pouco de trabalho, eles podem se integrar aos Sete. Depois, complica. Mas deve haver um jeito de acabar com os estigmas que acompanham os números, e essa é minha meta.
    Ela estava completamente sem palavras, precisava agir, coloquei minha mão novamente sobre a sua.
-- Quero que você saiba que é a responsável por isso. Tenho trabalhado nesse projeto desde o dia em que você me chamou no corredor e contou que já tinha passado fome. Esse foi um dos motivos que me deixaram tão irritado com a sua apresentação. Eu tinha um plano bem mais discreto para alcançar as mesmas metas. De qualquer maneira, de todas as coisas que eu desejava fazer pelo meu país, nunca teria pensado nessa se não tivesse conhecido você.
    Procurava palavras para continuar, estava muito nervoso, “Eu consigo!”.
-- Há algo mais – Minha voz fica falha por que isto esta acontecendo, peguei em minha gaveta uma caixinha e a abri – Tenho dormido com essa droga debaixo do meu travesseiro- falei tentando descontrair.
    Ela o olhou, mas não falou nada; será que eu tinha dito as palavras erradas, mesmo assim arrisquei:
--Gostou?
    Ela tentava falar, mas não saia nenhuma palavra, a única coisa que ela conseguiu fazer foi sorrir e dizer que sim com a cabeça.
    Limpei a garganta e continuei.
--Tentei fazer isso de maneira grandiosa duas vezes, e falhei miseravelmente- estava sendo sincero – Na minha atual situação, nem posso ajoelhar. Espero que você não se importe por eu falar assim tão diretamente. - Ela só conseguia mexer a cabeça dizendo que “sim”, engoli a seco- Eu amo você – saiu facilmente da minha boca- Deveria ter dito isso há muito tempo. Talvez tivesse evitado tantos erros idiotas. Por outro lado- Abri um sorriso de canto a canto-, às vezes penso que foram esses obstáculos que me fizeram amá-la tanto assim.
     Vi que as lagrimas estavam se acumulando nos cantos dos seus olhos, estava segurando para não fazer o mesmo “Clama Maxon, isso é um sinal bom”.
--O que eu disse era verdade. Meu coração sempre foi seu para machucar como quiser. Como você já sabe, prefiro morrer a  vê-la sofrer. Quando fui baleado, quando caí, certo de que aquele era o fim da minha vida, só conseguia pensar um você.
   Engoli em seco de novo, eu estava prestes a chorar, não podia fazer isso “Seja forte”, depois continuei.
--Naqueles segundos, lamentei tudo o que tinha perdido. Nunca veria você caminhar a meu lado na igreja; nunca descobriria seu rosto em nossos filhos; nunca veria mechas grisalhas em seus cabelos. Só que, ao mesmo tempo, não me incomodava. Se a minha morte – Dei de ombros- significava a sua vida, como poderia ser algo ruim?
   America começou a chorar, como eu esperei por este momento.
--America- Falei olhando diretamente em seus olhos, e ela fazia o mesmo-, sei que você vê um rei aqui, mas me permita ser claro; isso não é uma ordem. - É agora vai lá Maxon- É um pedido, uma súplica. Eu imploro: Faça de mim o homem mais feliz do mundo. Por favor, me dê a honra de ser minha esposa.
   America não falou nada, apenas agiu, ela deitou em meus braços me abraçando com forçar, mas sem me machucar, cuidadosamente peguei seu rosto olhei em seus olhos e nossos lábios se juntaram, mas eu ainda precisava de um “Sim”, desfiz e afastei América o bastante para conseguir olhar no fundo dos seus olhos , ela finalmente falou alguma coisa:
--Sim.
    Agi por impulso e nos beijamos de novo, como eu estava feliz de finalmente tela ao meu lado sem que nada pudesse nos afastar, como eu a amava, fez-se um silêncio ate America falar.
--Maxon, eu te amo. – Tanto que eu esperei para escutar aquelas palavras, e finalmente, eu pertencia a ela e ela me pertencia.
   
     Passamos um bom tempo juntos, como era bom ter ela em meus braços sem que nada a tirasse de lá.
-- Como a minha noiva, você é oficialmente a futura rainha e deve se mudar imediatamente para o quarto da princesa- Falei enquanto me levantava, e ela fazia o mesmo- peça que suas criadas lhe ajudem com a mudança e escolha a decoração que desejar, tenho que resolver algumas coisas mas depois tenho todo o tempo para você.
-- Sim majestade- ela faz uma reverencia com ar brincalhão e levanta da cama, eu agarro seu braço e a puxo para mim.
   Nossos lábios se unem novamente, não queria que aquele momento acabasse.
-- Ate mais tarde minha querida. –

     Ela se retira do quarto eu me arrumo e vou diretamente para o meu escritório. O dever me chama. 

                                      Bia*

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